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Tratamento Pós-Operatório

Tratamento Pós-Operatório

O período pós - operatório estende-se do momento em que o paciente deixa a mesa de cirurgia até quando realiza a última consulta de acompanhamento com o cirurgião. Esse período pode ser tão breve quanto 1 semana ou tão longo quanto vários meses. Durante o período pós – operatório, o cuidado de enfermagem é direcionado para o restabelecimento do equilíbrio fisiológico do paciente, para o alívio da dor, para a prevenção das complicações e para o ensino do autocuidado ao paciente.
O cuidado continuado na comunidade, por meio do cuidado domiciliar, das consultas na clínica, das consultas no consultório ou do acompanhamento por telefone, facilita uma recuperação não complicada.


PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO

Durante a permanência do paciente na unidade de Recuperação Pós – Anestésica, cabe a equipe de enfermagem dispensar os seguintes cuidados:

  • Receber o operado certificar-se do tipo de operação e de anestesia a que foi submetido;

  • Checar, logo na chegada, as condições ventilatórias do paciente assim como a presença e a permeabilidade de cânula orofaríngea ou tubo traqueal;

  • Observar o estado de consciência do paciente e, também, a coloração da pele e das mucosas;

  • Posicionar o paciente no leito, de acordo com a operação e a anestesia.De maneira geral, no pós-operatório imediato deve ser em decúbito lateral. Se for usado o decúbito dorsal, é preciso colocar a cabeça lateralizada, sem travesseiro. Isso evita, em caso de vômito, que ele aspire a secreção, causando séria complicações.

  • Conectar sondas, drenos, cateteres se houver e iniciar o balanço hídrico;

  • Verificar se o curativo cirúrgico apresenta anormalidades, principalmente quanto a hemorragias;

  • Manter o paciente aquecido com cobertores;

  • Controlar infusões venosas, como soros, sangue, etc.;

  • Controlar os sinais vitais, segundo o esquema abaixo, o qual pode variar de acordo com as complicações do paciente;
    a) De 15 em 15 minutos, na 1ª hora após a cirurgia;
    b) De 30 em 30 minutos, de 2ª hora até a 4ª hora após a cirurgia:
    c) De 2 em 2 horas, da 5ª hora até a 24ª hora após a cirurgia;
    Controlar a diurese;

  • Estimular o paciente a realizar os exercícios respiratórios e de tosse, treinados no pré-operatório, assim que ele estiver em condições;

  • Administrar os medicamentos prescritos;

  • Fazer mudança de decúbito;

  • Fazer anotações na folha de balanço hídrico e na evolução de enfermagem;

  • Comunicar quaisquer alterações observadas ao enfermeiro responsável.

  • A patologia encontrada (malignidade, se o paciente ou a família foi informada).

  • Quaisquer problemas ocorridos na sala d operação que possam influenciar o cuidado pós-operatório (ex., hemorragias extensivas, choque, parada cardíaca).

A URPA é mantida silenciosa, limpa e livre de equipamentos desnecessário, a cor deve ser suave e ter luz indireta. Na unidade precisa ainda estar equipada com suporte de soro, aspirador, aparelho de pressão, termômetro e os materiais e os materiais e equipamentos que forem necessários àquele paciente.

Quando no hospital não possui uma área de Recuperação Pós-Anestésica, todos os cuidados de enfermagem relativa ao pós-operatório imediato são executados na unidade do paciente. Nesses casos ela deve ser preparada para recebe-lo e tratá-lo com toda segurança, quando retornar da operação.
A fase I é a fase de recuperação imediata e exigem cuidados de enfermagem intensivos. A Fase II do cuidado pós-anestésico é reservada para pacientes que exigem menor freqüência de observação e menos cuidado de enfermagem. Na unidade fase II o paciente é preparado para alta domiciliar. Cadeiras reclináveis em vez de macas ou leitos são padrões em muitas unidades na fase II. Os pacientes podem permanecer na unidade URPA fase II por um tempo máximo de 4 a 6 horas ou mínimo de 1 a 2 horas.


PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO

  • Controlar os sinais vitais, sendo que a freqüência de verificação do TPR (temperatura, pulso, respiração) e da PA (pressão arterial) varia em função da necessidade do paciente.

  • Normalmente, quando ele está estável, no segundo dia de pós-operatório, a verificação é feita duas vezes ao dia, dando ênfase a temperatura, para detectar eventual infecção;

  • Estimular a deambulação, desde que não haja contra-indicação;

  • Observar o funcionamento intestinal e o volume urinário;

  • Estimular a higiene pessoal

  • Observar o curativo cirúrgico, cujas trocas são feitas, normalmente, pelo cirurgião. Porém, a equipe de enfermagem poderá fazer a troca, quando solicitada, anotando as soluções e medicamentos utilizados no prontuário do paciente, como também a evolução da cicatrização, a presença de secreção, sangue, ect. ;

  • Checar e anotar o funcionamento de sondas, drenos, cateteres e infusões venosas;

  • Administrar os medicamentos prescritos;

  • Auxiliar o paciente na alimentação, observado a aceitação dos alimentos. Habitualmente, começa com dieta líquida, passando depois para pastosa, até tornar-se normal;

  • Orientar a prática de exercícios que ajudem na reabilitação do paciente.


DIFICULDADE RESPIRATÓRIA

Além de constituir uma situação de desconforto para o paciente, podendo evoluir para hipóxia.

O principal objetivo, no período pós-operatório imediato, é manter a ventilação pulmonar e, assim, prevenir a hipoxemia (oxigênio reduzido no sangue), e a hipercapnia (excesso de CO2 no sangue). Ambas podem acontecer se as vias aéreas estiverem obstruídas e a ventilação está reduzida (hipoventilação). A enfermeira verifica as prescrições médicas, instala oxigênio suplementar e avalia a freqüência e a profundidade da respiração, a facilidade das respirações, a saturação do oxigênio e os sons respiratório.

Os pacientes que vivenciaram uma anestesia prolongada geralmente estão inconscientes, com todos os músculos relaxados. Esse relaxamento estende-se para os músculos da faringe; portanto, quando o paciente está deitado em posição supina, a mandíbula e a língua caem para trás e as passagens de ar tornam-se obstruídas. Os sinais de oclusão incluem o sufocamento, respirações ruidosas e irregulares e, dentro de minutos, uma coloração azulada, arroxeada (cianose) da pele. Como os movimentos do tórax e do diafragma não indicam necessariamente que o paciente está respirando, isso é assegurado pela colocação da palma da mão sobre a boca e o nariz do paciente para sentir a exalação da respiração.

A dificuldade respiratória também pode resultar da secreção excessiva de muco ou da aspiração do vômito. Virar o paciente para um dos lados ajuda o líquido acumulado a drenar pela lateral da boca.



DOR

A completa ausência de dor na área da incisão cirúrgica pode não acontecer por algumas semanas, dependendo do local e da natureza da cirurgia. Todavia, a mudança de posição do paciente, o uso de distração aplicação de compressas frias sobre a face e a massagem das costas com uma loção hidratante podem ser úteis temporariamente no alívio do desconforto geral e no sentido de tornar a medicação mais eficaz quando administrada.

Um dos primeiros sintomas do pós-operatório. Gera ansiedade e tensão, além de contribuir para a disfunção respiratória, porque o paciente com dor limita a mobilidade da caixa torácica, diminuindo sua expansão, e favorecendo o acúmulo de secreção.Identificar o local e o tipo da dor. Às vezes, uma simples mudança de posição, um apoio ou mesmo uma conversa esclarecedora melhora a dor, sem necessidade de analgésico;
Administrar o analgésico prescrito, se necessário, respeitando o intervalo determinado pelo médico;
Registrar as queixas do paciente no seu prontuário, assim como o horário de administração do analgésico.
Muitos pacientes vivenciam algum grau de dor após o procedimento cirúrgico. Muitos fatores psicológicos (motivacional, afetivo, cognitivo e emocional) influenciam a experiência geral de dor do paciente. Os resultados de pesquisa têm levado a uma melhor compreensão de como a percepção, a aprendizagem, a personalidade e os fatores étnicos e culturais, além do ambiente, podem afetar a ansiedade, a depressão e a resposta à dor. O grau e a gravidade da dor pós-operatória e o nível de tolerância do paciente a dor dependem do local da incisão, da natureza do procedimento cirúrgico, da extensão do trauma cirúrgico, do tipo de agente anestésico utilizado e de como o agente foi administrado. A preparação pré-operatória recebida pelo paciente (incluindo informação sobre o que esperar, assim como a tranqüilização e o apoio psicológico) é um fator significativo na diminuição da ansiedade da apreensão e mesmo da dor vivenciada o período pós-operatório.

As razões para estabelecimento do um controle efetivo da dor são muitas. Existe uma correlação bem conhecida entre a freqüência de complicações e a localização da dor. A dor intensa estimula a resposta ao estresse e, adversamente, afeta os sistemas cardíaco e imunológico. Quando os impulsos da dor são transmitidos, a tesão muscular aumenta, assim como a vasoconstrição local. A isquemia na área afetada provoca uma maior estimulação dos receptores da dor. Quando esses impulsos nocivos são transportados para o sistema nervoso central, a atividade simpática torna-se composta, o que aumenta a demanda do miocárdio e o consumo de oxigênio. A pesquisa demonstrou que a insuficiência cardiovascular acontece três vezes mais freqüentemente e a incidência de infecção é cinco vezes maior nas pessoas com precário controle da dor no pós-operatório. A resposta hipotalâmica do estresse é também responsável por um aumento na viscosidade sangüínea e da agregação plaquetária. Isso pode levar a flebotrombose e à embolia pulmonar.

A enfermeira avalia o nível da dor do paciente utilizando uma escala analógica visual ou verbal, e o observa as características da dor. Geralmente, o médico prescreve diferentes medicações ou dosagens para cobrir os vários níveis da dor. A enfermeira deve discutir a opções com o paciente para determinar a melhor medicação. A enfermeira deve avaliar a eficácia do medicamento periodicamente, iniciando 30 minutos após a administração ou tão logo o medicamento esteja sendo administrado por analgesia controlada pelo paciente (ACP).

Tipos de dor

  • Dor aguda: com início súbito, serve de aviso sobre algo errado no corpo. Com duração curta ou um término previsível.

  • Dor crônica: a duração é mal delimitada no tempo e espaço, persistindo sem a presença de lesão ou após sua cura.

  • Ocorrendo perda de sono, trabalho, raciocínio e memória e da relação com a família e o mundo que o cerca.

  • Dor superficial: ocorre quando estruturas superficiais do corpo são afetadas por estímulos dolorosos, descritos por ardência ou pontada.

  • Dor profunda: origina-se nas estruturas mais profundas do organismo como: músculos, tendões, articulações e fáscias.

  • Dor fantasma: ocorre pela persistência da sensação dolorosa. Em casos de amputação de membros o paciente ainda tem sensação de dor no membro.


VÔMITO

Desconforto bastante comum, que pode ser atribuído ao efeito da anestesia, assim como a deglutição de sangue, muco e saliva, no período de inconsciência. Pode ser também ocasionado pela não-observância do jejum no período pré-operatório.

  • Lateralizar a cabeça do paciente e administrar o antiemético prescrito pelo médico, observando os mesmos cuidados do analgésico. Ao se deixar o paciente em decúbito lateral ou com a cabeça lateralizada, evita-se a aspiração do vômito para os pulmões, o que poderia ocasionar asfixia respiratória e complicações, como a pneumonia;

  • Proceder à lavagem da sonda nasogástrica, se o paciente a estiver usando, pois provavelmente estará obstruída. Também verificar sua posição, que poderá estar imprópria;

  • Fazer a higiene oral do paciente, após cada episódio de vômito, e anotar o número de vezes e a quantidade eliminada a cada vez.

O desconforto gastrointestinal (náuseas, vômitos, soluços) e a retomada da ingestão oral são aspectos importantes tanto para o paciente quanto para a enfermeira. As náuseas e os vômitos são comuns após a anestesia. Eles são mais comuns em mulheres, nos obesos (as células de gordura agem como reservatórios para anestesia), paciente propenso à doença do movimento e pacientes que se submeteram a longos procedimentos cirúrgicos. Outras causas de vômitos pós-operatórios incluem a acumulação de líquido no estômago, a inflação do estômago e a ingestão de alimento e líquido antes de a peristalse retornar.

Os novos agentes anestésicos e os medicamentos antieméticos têm diminuído a incidência das náuseas operatórias, embora a ventilação inadequada durante a anestesia possa aumentar a incidência de vômitos. Quando os vômitos são provavelmente a razão da natureza da cirurgia, a sonda nasogástrica é inserida no pré-operatório e permanece instalada ao longo da cirurgia e no período pós-operatório imediato. Além disso, a sonda nasogástrica pode ser inserida quando o paciente com alimento no estômago necessita de uma cirurgia de emergência.



Ocorre devido ao uso de analgésicos, medicamentos e perda de líquidos durante o procedimento cirúrgico.

SEDE

CUIDADOS

  • Umedecer lábios e boca do paciente, até passar o efeito da anestesia.

  • Administrar líquidos por via oral em pequenas quantidades e intervalos curtos.


RETENÇÃO URINÁRIA

A retenção urinária pode acontecer por causa da anestesia, agentes anticolinérgicos e os opióides que interferem na percepção da bexiga cheia e na urgência de urinar e inibem a capacidade de iniciar a micção e esvaziar a bexiga.

Espera-se que o paciente urine dentro de 8 horas de cirurgia, deve ser avaliado quando o paciente chega a unidade. O paciente de urgência para urinar e não consegue a cateterização não é retardado além de 8 horas, todo o método para encorajar o paciente a urinar devem ser tentados como exemplo aplicar calor local. O catéter é removido quando a bexiga estiver vazia, a enfermeira observa a quantidade de urina eliminada e palpa a área suprapúbica quanto à distensão ou sensibilidade até que o paciente possa urinar espontaneamente.

Alguns pacientes encontram dificuldade em utilizar a comadre ou o compadre, pode ser permitida a cadeira higiênica e em pacientes do sexo masculino é permitido sentar ou permanecer em pé na lateral da cama para usar o compadre, mas, deve ser tomada medida preventiva para o mesmo não caia ou sinta tonteira.

Causas

  • Espasmo do esfíncter por medo ou vergonha

  • Anestesia profunda e de longa duração

  • Cistite aguda pelo uso de sondas

  • Hipertrofia prostática

  • Estenose (estreitamento) uretral

  • Perfuração da uretra por traumatismo

  • Cálculo uretral, vesical ou coágulo

  • Paralisia dos nervos da bexiga por lesão da medula ou compressão por fraturas, tumores.


É importante

  • Observar a quantidade e a freqüência das micções.

  • Valorizar queixas do paciente em relação à dor e ao desconforto no abdome.

  • Atentar para agitação inexplicável.

  • Verificar sob palpação da região a presença de abaulamento suprapúbico e aumento da vontade de urinar.


HIPÓXIA

É a oxigenação deficiente dos tecidos.

Causas

  • Depressão respiratória provocada por anestésicos ou analgésicos em excesso.

  • Obstrução das vias aérea superiores por sangue, secreção, vômito ou queda da língua.

  • Respiração inadequada devido à dor, posição, ansiedade, etc.


Sinais e sintomas

  • Cianose

  • Dispnéia

  • Agitação

  • Sensação de sufocamento


Cuidados

  • Examinar a boca, para verificar se existe algo obstruindo.

  • Aspirar secreções

  • Tracionar a língua e prendê-la com a cânula de Guedel (caso esteja caída para trás)

  • Colocar o paciente em posição adequada.

  • Administrar oxigenoterapia.

HEMORRAGIAS

Todo cuidado deve ser tomado para identificar mais precocemente possível, muitas vezes observadas no próprio local da cirurgia.
Classificada como primária ou secundária, sendo os objetivos a prevenção e a supressão do sangramento. Primária aquela que acontece durante a cirurgia e a intermediária ocorre nas primeiras 12 horas de pós-operatório sendo que a secundária ocorre até 24 horas após a cirurgia.

Sua localização pode ser

  • Hemorragia interna: o sangramento se faz para o interior de uma cavidade, exteriorizando-se por meio de orifícios naturais como boca, ânus e ouvido.

  • Hemorragia externa: a localização é visível e o sangue se exterioriza pela área lesionada.

  • Uma hemorragia poderá ser considerada leve quando a perda não ultrapassa 10% do volume circulante: moderada a perda chega a 20%ou maciça a perda é superior a 20%.


Cuidados de enfermagem

  • Controle e monitorização dos sinais vitais.
    Posição adequada.

  • Supressão do sangramento por meio da compressão dos vasos ou tecidos.

  • Sonda vesical ou gástrica.

  • Lavagem gástrica nos casos de hemorragia digestiva.

  • Controle dos medicamentos e soluções administradas.

  • Providenciar coleta de amostra de sangue para exames laboratoriais.

  • Preparar o paciente caso seja submetido a uma nova intervenção cirúrgica de urgência.

  • Auxiliar o médico na realização de procedimento invasivo.


CHOQUE

É caracterizado como estados de inadequação circulatória grave, relacionada com condições orgânicas e fisiológicas que impossibilita a manutenção de um débito cardíaco capaz de atender às necessidades metabólicas do organismo. Podem ser associadas a grandes hemorragias, infecções, insuficiência cardíaca e alterações neurológicas.

Tipos de choque

  • Hipovolêmico: diminuição acentuada do volume circulante, devido à perda de sangue, plasma ou líquidos corporais.

  • Cardiogênico: deficiência do próprio coração e ele não consegue bombear uma quantidade se sangue suficiente para os órgãos e tecidos.

  • Neurogênico: alteração no sistema nervoso central, que provoca dilatação anormal dos vasos sangüíneos.

  • Obstrutivo: causado por embolia pulmonar, decorrente da liberação de um coágulo que obstrui a artéria pulmonar.

  • Séptico: liberação de toxinas de bactérias na corrente sangüínea.

  • Anafilático: reação do organismo, devido à hipersensibilidade a determinadas substâncias.

O processo de enfermagem deverá considerar o cliente como um todo, deverão se concentrar em ações que visem proteção aos tecidos que mais sofrem com a hipoxemia (diminuição do oxigênio no sangue).

Posição do paciente

  • O paciente deve estar em decúbito dorsal e com os membros inferiores acima do nível da cabeça.

  • Garantir a permeabilidade das vias aéreas.

  • Instituir balanço hídrico rigoroso e diurese horária.

  • Monitorar os sinais vitais.

  • Manter o paciente aquecido, em particular suas extremidades corporais.


PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO E TARDIO

Complicações:

Distenção Abdominal

Após a anestesia, os movimentos peristálticos desaparecem demorando a retornar, fazendo com que líquidos e gases se concentre no estômago e intestino.

Causas

  • Imobilidade do paciente no pós-operatório.

  • Alimentação imprópria ao pós-operatório.

  • Traumatismo cirúrgico intestinal no transoperatório.


Sinais e sintomas

  • Abdome aumentado

  • Sensação de plenitude, como se estivesse com o estômago cheio.

  • Dor abdominal.

  • Dificuldade respiratória.


Cuidados

  • Estimular a deambulação.

  • Mudança de decúbito.

  • Incentivar o paciente a alimentar-se de acordo com a prescrição médica, evitando alimentos que fermentem no intestino (couve-flor, repolho, cebola, batata-doce e refrigerantes).

  • Fazer sondagem retal por aproximadamente 20 minutos, para eliminar flatus.

  • Administrar conforme prescrição médica, clisteres ou laxantes.

  • Colocar calor sobre o abdome, se não for contra-indicado.


COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS

Atelectasia
É o colapso do lvéolo, determinada pela diminuição da ventilação pulmonar. Pode proporcionar a retenção de secreções mucosas nas vias aéreas.

Cuidados

  • Manutenção da ventilação pulmonar.

  • Aspiração traqueal ou posicionamento adequado do cliente no leito.

  • Estimular a tosse.

  • Incentivar exercícios respiratórios.

  • Nebulização.

  • Estimular o paciente a deambular precoce e intensa variação de decúbito.


Bronquite
É a inflamação das membranas mucosas que revestem a traquéia e a árvore brônquica. Precisamos cuidar e tratar de infecções simples. O diagnóstico é obtido pelo exame físico e exames laboratoriais, destacando a cultura bacteriana do escarro.

Cuidados

  • Favorecer conforto físico e repouso no leito.

  • Tornar possível o aquecimento úmido do tórax, diminuindo a dor.

  • Nebulização.

  • Incentivar a ingestão de líquidos.

  • Encorajar a tosse e realizar exercícios respiratórios.

Pneumonia
Processo inflamatório que acomete o parênquima pulmonar, causado por microrganismos patogênicos.

Pode ser

  • Bacteriana : causada por bactérias

  • Viral : causada por vírus

  • Fúngica: causada por fungos


Sinais e sintomas

  • Febre

  • Dispnéia

  • Taquicardia

  • Tosse com expectoração purulenta ou sanguinolenta

  • Dor torácica

  • Mal-estar

Cuidados

  • Identificar sinais de temperatura, pulso, respiração, dor torácica, dispnéia, tosse anotando no prontuário do paciente.

  • Aspirar secreções.

  • Estimular a deambulação ou movimentação no leito.

  • Estimular a tosse e exercícios respiratórios.

  • Nebulizar, tapotar e promover drenagem postural.


COMPLICAÇÕES VASCULARES

Tromboflebite

Coágulos formados e liberados podem ocasionar a interrupção do fluxo sangüíneo de um órgão vital.

Os pacientes com risco são os ortopédicos, urológicos, de cirurgia geral com idade superior a 40 anos, pacientes de ginecologia, neurocirurgia.

O primeiro sintoma pode ser dor ou a cãimbra na panturrilha, podem ser acompanhados por edema doloroso de toda a perna seguida de febre discreta, calafrios e diaforese.


Cuidados

  • Manter os membros inferiores do paciente enfaixados, inclusive durante a operação.

  • Evitar a compressão de vasos sangüíneos ao posicionar o paciente.

  • Estimular a deambulação precoce.

  • Fazer movimentos de extensão e flexão com os membros inferiores.

  • Manter o uso de meias elásticas ou faixas.

  • Elevar o membro inferior afetado.

  • Administrar anticoagulantes e antiinflamatórios prescritos.

  • Orientar o paciente para fazer repouso.

  • Encorajar o paciente a ingerir líquidos.

A FERIDA CIRÚRGICA

A criação de uma ferida cirúrgica rompe a integridade da pele e sua função protetora. A infecção no local da cirurgia aumenta o período de internação hospitalar, os custos do cuidado e o risco de maiores complicações.

As feridas são classificadas conforme o grau de contaminação, procedimento cirúrgico, idade, condição nutricional, corpo estranho, diabetes, tabagismo, obesidade, infecções, microorganismos endógenos da mucosa, baixa imunidade, período de hospitalização e a gravidade da doença. Os esforços para prevenir a infecção da ferida são direcionados para a redução desses riscos, visa os cuidados, avaliação, prevenção da contaminação e da infecção antes que as bordas da ferida tenham selado e a promoção da cicatrização.

A cicatrização acontece em três fases: a inflamatória, a proliferativa e a da maturação e por mecanismos que incluem primeira, segunda e terceira intenção.

  • Primeira intenção: feridas criadas assépticas, com mínimo de destruição tissular e fechadas.

  • Segunda intenção (granulação): acontece nas feridas infectadas ou nas quais as bordas não foram aproximadas.

  • Terceira intenção (sutura secundária): utilizada para feridas profundas que não foram suturadas inicialmente ou romperam-se e foram ressuturadas posteriormente, aproximando as duas superfícies de granulação opostas.


Complicações
Infecção: a infecção da ferida pode não estar presente até a alta do paciente (no mínimo 5 dias), acentuando a importância da educação do paciente quanto ao cuidado da ferida.

Causas

  • Operações infectadas.

  • Contaminação durante a operação por germes externos.

  • Contaminação após a operação, provocada pela falta de cuidados.

Sinais e sintomas

  • Febre

  • Mal-estar.

  • Cefaléia.

  • Algia

  • Hiperemia

  • Tumefação

  • Secreção na ferida.


Cuidados

  • Fazer curativos sempre que necessário.

  • Colher a secreção para cultura e antibiograma.

  • Anotar aspecto, quantidade e odor da secreção.

  • Administrar medicação conforme prescrição.

  • Lavar as mãos antes e após os cuidados com o paciente.


DEISCÊNCIA DA FERIDA E EVISCERAÇÃO

Deiscência (rompimento da incisão ou ferida cirúrgica), resulta da abertura das suturas, evisceração (profusão dos conteúdos das feridas) ocorre à separação das bordas da ferida abdominal com saída das vísceras, devido à infecção ou após uma acentuada distensão ou tosse extrema. Também pode ocorrer pela idade elevada, estado nutricional, presença de doença pulmonar, cardiovascular.

Deiscência

Causas

  • Infecção da ferida

  • Rejeição ao fim da sutura

  • Obesidade

  • Desnutrição

  • Doenças como diabete e anemia


Sinais e sintomas

  • Queixa do paciente quanto algo que está “saltando para fora”

  • Escoamento de líquido sanguinolento através da sutura

  • Dor na ferida operatória

  • Separação das bordas da ferida.


Cuidados

  • Fazer curativo oclusivo

  • Usar faixas abdominais

Evisceração

Cuidados

  • Acalmar o paciente

  • Cobrir as vísceras com compressas ou gaze esterilizada, umedecidas em soro fisiológico.

  • Enfaixar o abdome sem comprimir as vísceras

  • Não alimentar o paciente

  • Encaminhá-lo ao Centro cirúrgico assim que for solicitado junto com o prontuário.

CURATIVO

O objetivo do curativo visa mobilizar a região operada, absorver secreções, evitar contaminação, proteger contra traumas, promover hemostasia, dar conforto ao paciente.

São classificados em secos ou úmidos, quanto à finalidade são simples ou compressivos e quanto ao tipo é aberto ou fechado.

Técnica

  • Lavar as mãos rigorosamente.

  • Selecionar e separa todo o material a ser utilizado

  • Colocar um campo impermeável sob o cliente

  • Lavar as mãos novamente

  • Abrir todo o material estéril necessário e colocar no campo estéril

  • Calçar luva de procedimento

  • Retirar a fita adesiva que fixa o curativo, tendo cuidado para não agredir a pele

  • Molhar a gaze que cobre o curativo, para que solte sem retirar o tecido.

  • Desprezar o curativo antigo em uma lixeira.

  • Desprezar a luva contaminada

  • Fazer a inspeção da ferida

  • Lavar o leito da ferida com jato de soro fisiológico a 0,9%

  • Se houver muita secreção, limpar a ferida com trouxinhas de gaze estéril com movimentos de dentro para fora, nunca passe duas vezes sobre a ferida para evitar contaminação. Siga assim até limpar toda secreção. Se houver dreno deve limpá-lo.

  • Secar em volta da ferida.

  • Secar somente o excesso de soro fisiológico no leito da ferida.

  • Aplicar cobertura recomendada.

  • Colocar gaze estéril.

  • Sempre que possível fechar com atadura fixando com esparadrapo sobre a atadura para não agredir a pele.

  • Desprezar o material descartável em uma lixeira.

  • Registrar o procedimento.







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